A falta de novos desafios e a escassez de incentivo no ambiente de
trabalho são as principais causas dos pedidos de demissões na empresa.
Pesquisa da Page Personnel, empresa global de recrutamento especializado
de profissionais técnicos e de suporte à gestão, parte do PageGroup,
mostrou que 1 em cada 3 profissionais pede demissão por causa da
estagnação e da falta de estímulo.
Segundo o levantamento, 18% dos consultados afirmam que pedem demissão
por sentirem-se estagnados e 14% por sentirem-se desestimulados. E ainda
79% afirmaram que já pediram demissão em algum momento da carreira.
"Esses dois motivos de insatisfação no trabalho estão motivando a saída
de cerca de um terço dos profissionais das empresas. O que podemos
entender é que há um problema de liderança, de gestão. É papel do líder
manter sua equipe motivada, buscando novos desafios para ela", afirma
Ricardo Haag, gerente executivo da Page Personnel.
Entre os profissionais mais irritados com a estagnação no trabalho
estão os que possuem ensino superior completo (46%). Em seguida estão:
pós-graduação completa (34%), mestrado ou MBA completo (12%) e ensino
superior incompleto (7%).
Entre os fatores que motivam profissionais a pedirem demissão, 22%
informaram que fazem o pedido quando encontram outra oportunidade, 9%
saem por insatisfação com o salário, 8% por ter baixa qualidade de vida,
6% porque o trabalho prejudica sua saúde, 5% para se tornar
empreendedor, 4% por não ter muitas atividades no dia a dia, 3% por
estar insatisfeito com os benefícios que recebe, 2% por sentir falta de
confiança no chefe e 2% por querer mais tempo para se dedicar à família
ou aos estudos.
"Outra maneira que ajuda a evitar esse tipo de situação é manter um
diálogo constante. Os gestores conseguem eliminar mal-entendidos e
indicar aos seus subordinados a real importância que eles têm para a
organização. É um procedimento simples, mas de extrema valia para
alinhamento de expectativas", explica Haag.
A pesquisa foi realizada com 400 profissionais técnicos e de suporte à gestão, em agosto e setembro deste ano.
Balanço de vida e nível salarial
A faixa etária de 31 a 35 anos (36%) é a que mais se preocupa com o
balanço da vida profissional e a qualidade de vida. Os profissionais de
26 e 30 anos aparecem em seguida, com 32%. Completam o ranking: 19 a 25
anos (14%), 36 a 40 anos (12%) e 41 a 45 anos (5%).
Os profissionais com 6 a 10 anos de experiência são os que estão mais
incomodados com seu nível salarial (32%). Em seguida estão: 11 a 15 anos
(28%), 1 a 5 anos (27%), 16 a 20 anos (10%) e 21 a 25 anos (3%).
Irritação no trabalho
Entre as situações mais irritantes no ambiente de trabalho, a que mais
incomoda é uma gestão mal estruturada e sem planejamento (21%). Em
seguida aparecem: falta de feedback como motivador (14%), áreas de
suporte pouco ágeis ou de baixa performance (7%), gerência sabe menos de
mercado do que o subordinado e equipe (7%), pouca infraestrutura (6%),
empresa com baixo desempenho (6%), burocracias (6%), cobrança de
habilidades ou conhecimentos que não são fornecidos por treinamentos na
empresa (4%) e demissões injustas (3%).
Fonte: G1 SP
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