terça-feira, 8 de julho de 2014

A nova relação entre líder e subordinado

O funcionário popularmente conhecido como “puxa-saco” e o patrão autoritário. Dois clichês que perduram com o passar dos anos nas corporações. Mas será que eles ainda realmente existem? A concepção da relação entre o chefe e empregado vem se alterando no universo corporativo, e os profissionais e empresas devem se enquadrar a essa nova realidade, formada pela colaboração entre as partes, comunicação clara e trabalho em equipe.

Qualquer excesso na convivência entre superior e subordinado pode ser entendido como bajulação, portanto, a educação e a etiqueta profissional devem prevalecer. É completamente possível interagir com o chefe sem ser visto como puxa-saco. Isso ocorre a partir do momento em que se coloca a marca pessoal nos trabalhos realizados, conquistando resultados concretos e significativos.

“É importante um diálogo aberto, levando em contas as opiniões transmitidas e as compartilhando. Profissionais com boa relação com seus chefes geram resultados positivos, propiciam desenvolvimento, reconhecimento, diretrizes claras e expectativas alinhadas”, afirma Fátima Sanchez, gerente de desenvolvimento de pessoal da Personal Service, empresa especializada em Facilities Management e Soluções em Gestão de Recursos Humanos.
Uma comunicação transparente é ferramenta essencial para essa relação. Para muitos, a maior dificuldade é superar a barreira que, supostamente, existe com o empregador. Um diálogo regado de bom senso e postura profissional podem gerar excelentes resultados, melhorando o relacionamento e a confiança. ”Um dos principais motivadores de boas performances dos colaboradores de uma empresa é a qualidade de relacionamento com o líder imediato. Não há melhor contexto de trabalho para o desenvolvimento profissional de um colaborador”, explica Priscila Azevedo, psicóloga com especialização em orientação profissional e carreira.

Como fortalecer a relação

Não existem regras de quem deve tomar partido para um diálogo mais livre a fim de criar um canal mais aberto. Dividir sucessos diários e dificuldades podem ajudar a melhorar o desempenho, e permite que o superior tenha mais liberdade de dar feedbacks, por exemplo. “O papel do líder é estimular seu funcionário e desenvolvê-lo. Para isso deve conhecê-lo, saber seus objetivos, sonhos e fatores de motivação. Para que isto ocorra, é imprescindível que o líder se comunique com seus liderados”, afirma Luciano Amato, Diretor Executivo da Training People, empresa especializada em treinamentos e palestras gerenciais, comportamentais, de segurança do trabalho e diagnóstico da área de atendimento ao cliente.

O interessante é que o líder possa propiciar um ambiente de facilitação para o diálogo, de forma que seus colaboradores sintam-se à vontade para interagir, perguntar, dividir e confiar. “Para o colaborador, o melhor é não se isolar e compartilhar ideias e iniciativas de valor agregado para a equipe ou para o trabalho com seu superior. Dando esta liberdade, o líder aumentará sua credibilidade e força, e os colaboradores não se sentirão acuados ou negativamente pressionados”, aponta Priscila Azevedo.

Luciano Amato apontas falhas clássicas de um profissional sem o devido preparo para cargo de liderança:
  • Não comunica claramente as metas para área;
  • Não aplica feedback constante;
  • Não treina sucessores por questão de insegurança;
  • Assume créditos de ideias de liderados perante seus superiores;
  • Se distancia dos liderados sem criar uma política de portas abertas;
  • Não estimula a criatividade, autonomia e desenvolvimento, tornando os liderados dependentes.
O que era conhecido como relação chefe-empregado deve ser visto hoje como uma convivência líder-colaborador. Mais do que uma mudança conceitual, o subordinado, que antes estava fadado a apenas obedecer ao líder, atualmente se sente à vontade para colocar suas ideias e opiniões, e mesmo estipular limites e dizer “não” ao seu superior. “A relação é muito mais de construção em conjunto e menos ‘manda quem pode e obedece quem tem juízo’. Além disso, tem sido cobrado dos líderes atuais a competência de saber ouvir e saber dar feedback”, completa Priscila Azevedo.

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