A Sala de Emprego desta segunda-feira (7) mostra os ladrões do tempo,
os vilões que tiram a atenção no trabalho e comprometem a produtividade
dos funcionários.
Trinta por cento dos gestores reclamam que os funcionários perdem tempo
navegando na internet. Na Betalabs, empresa de tecnologia de São Paulo,
por exemplo, na maioria dos setores, é proibido acessar as redes
sociais na internet durante o trabalho.
“No início, a gente tinha tudo liberado, 100%, mas a gente observou que
tinha uma perda de produtividade, que a pessoa ficava conversando com
parente e com amigos e agora a gente percebeu uma grande melhora”,
relata Luan Gabellini, sócio da empresa.
No começo, o gerente de desenvolvimento Diego Quintale, sentiu falta de
dar uma “espiadinha” no que os amigos escreviam na internet. “No
começo, sente um pouco, mas depois, conforme vai trabalhando e o ritmo é
bem apertado mesmo, você vai se acostumando”, afirma.
Por outro lado, há algumas exceções. Marina Marcassa é gerente
comercial e o departamento dela tem livre acesso às redes sociais,
porque depende das redes para fechar alguns negócios. Mas é livre só
para trabalho. “A gente até vê o pessoal, mas em horário de almoço. A
gente excede um pouquinho o horário de expediente, mas na hora do
trabalho não dá porque a carga é pesada mesmo então a gente fica muito
mais voltada pro profissional mesmo.
Pesquisa feita pela Robert Half com 2,1 mil empresas americanas mostra
que as redes sociais são um motivo de preocupação. Trinta por cento dos
gestores disseram que a internet rouba o tempo dos funcionários. Em
seguida, vêm as preocupações com conversas de corredor e parada para o
cafezinho (27%), e as ligações telefônicas pessoais (20%).
Para o especialista em recrutamento, Fernando Mantovani, proibir essas
atividades nem sempre resolve: “Sobre o ponto de vista de gestão
moderna, você deveria se preocupar em engajar o funcionário pelo
comprometido com a empresa e os objetivos, as metas claras e cobrar
resultado. A forma com que isso é feito deveria importar menos, desde
que o objetivo seja alcançado”.
Já a empresa de soluções em email intelligence Return Path preferiu dar
liberdade aos funcionários. Eles têm horários flexíveis, possibilidade
de trabalhar em casa e acesso à internet sem nenhuma restrição. “O
acesso está tão amplo e tão fácil que a proibição fica cada vez mais
difícil e você, muitas vezes, perde mais tempo tentando proibir do que
conseguir motivar seu funcionário a alcançar suas metas e a trabalhar em
si”, opina Louis Bucciarelli, diretor regional da empresa.
Mesmo liberando, os chefes estão de olho em quem ultrapassa os limites.
“A gente espera que cada um cumpra seu trabalho, mas claro, se
atrapalha vai chegar a um ponto que a gente vai ter uma conversa para
saber o que está acontecendo”, completa Bucciarelli.
Globo
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