A rádio peão já fez muitos dirigentes organizacionais perderem noites
de sono, bem como talentos e até mesmo bons negócios. Isso porque essa
"modalidade informal de comunicação" possui uma velocidade muito grande
de disseminação entre os colaboradores e, geralmente, quando ganha força
prejudica o clima organizacional e, consequentemente, os talentos que
precisam estar centrados em suas atividades. Mas, o que fazer para se
defender ou fragilizar a rádio peão? Abaixo, listo algumas sugestões
para serem aplicadas por qualquer empresa, independente do porte e do
segmento de atuação.
1 - A Era da Informação trouxe benefícios
significativos à humanidade, inclusive no tocante aos novos canais de
comunicação. Contudo, a empresa que deseja estabelecer um canal de
confiança com os seus talentos internos, não pode deixar de lado o valor
da comunicação face a face. É fundamental lembrar que ao estabelecermos
um diálogo direto com alguém, somos capazes de perceber emoções que
estabelecem ou comprometem a relação empresa-funcionário como, por
exemplo, alegria, tristeza, insatisfação, entre outros. Aquele "olho no
olho" nunca perderá seu valor nas relações humanas.
2 - O estímulo à ética entre os colaboradores é
um fator que fragiliza a rádio peão. Por quê? Suponhamos que a
organização trabalhe constantemente junto aos colaboradores, o quanto
uma "fofoca" pode ser considerada um ato antiético. Afinal, um infundado
"zunzunzum" inicialmente pode parecer um comentário "engraçado", mas ao
alcançar os ouvidos de várias pessoas, quem sabe, torne-se um motivo de
demissão de um colega ou até mesmo em determinados casos, ser
considerado assédio moral.
3 - Adequação dos canais de comunicação ao
público. É de grande relevância que as empresas invistam nos canais
internos, mas é preciso saber se os recursos adotados são, de fato,
utilizados e compreendidos pelo público-alvo. Antes de se estabelecer
qualquer comunicação é preciso fazer-se ser compreendido, porque não
adiante divulgar informações se essas não serão úteis ou tampouco
entendidas pelos receptores.
4 - A prática do feedback mais uma vez presente
no âmbito organizacional. Como em qualquer processo de gestão, se a
política de comunicação interna deseja ser eficaz, precisa oferecer
feedbacks constantes aos colaboradores. Isso diminuirá os ruídos da
radio peão, uma vez que os profissionais sempre sabem o que a empresa
espera deles e as novidades relativas aos fatos que envolvem diretamente
a companhia. Lembremos que o feedback, normalmente, é dado pela
liderança. Por esse motivo, é fundamental preparar os líderes para que
eles compreendam que são representantes diretos da empresa e como tal,
precisam ter feeling para identificar quando sua equipe está sendo
atingida por "rumores" disseminados pela rádio peão. Uma vez que isso é
percebido pela liderança, é o momento de conversar com os liderados.
5 - Certa vez, um líder alemão comentou que "Uma
mentira dita cem vezes, torna-se verdade um dia". Por isso, quando os
boatos surgirem no campo corporativo, a rapidez em desfazê-los é crucial
para neutralizá-los junto aos talentos humanos e com isso evitar que
problemas indesejáveis surjam.
6 - Boatos são boatos e cada vez que passam de
um "ouvido para outro", geralmente, ganham um "aumentativo". Quem já
teve a oportunidade de brincar de "telefone sem fio" entende o que digo.
Quando uma fofoca começa a ser disseminada nos corredores de uma
empresa, ela se inicia do tamanho de um peixinho e em pouco tempo pode
ganhar a formatação de um polvo gigante, cheio de tentáculos e pronto
para agarrar o próximo "ouvinte". Por isso, não desmereça a
"importância" de um boato, acreditando que logo ele perderá a força e
será esquecido.
7 - Há situações em que a alta direção precisa
manifestar-se. São aqueles momentos que envolvem boatos mais complicados
como, por exemplo, desligamento em massa ou processos de mudança. Dizem
que "cada cabeça é um mundo", imagine a interpretação que os
colaboradores podem dar a uma informação de que as ações da empresa, em
que ele atua, foram compradas pela concorrência. Há situações em que a
dirigentes precisam posicionar-se rapidamente, antes que se ocorra uma
instabilidade do clima organizacional.
8 - Abertura de canais diretos com o
colaborador, para que esses possam apresentar suas opiniões diante dos
processos de gestão. Sabemos que a comunicação caracteriza-se por ser um
processo de "mão dupla", ou seja, a empresa precisa falar e ouvir os
seus talentos. Diante disso, criar canais em que os funcionários possam
tirar dúvidas, apresentar questionamentos que estão preocupando as
equipes ou mesmo oferecer sugestões para a organização cria um
estabelece um relacionamento de confiança, que dificilmente será abalado
por algum boato divulgado pela rádio peão ou rádio corredores.
9 - Identificar de onde os boatos partem é uma
força de fragilizar a rádio peão. Não falo aqui em encontrar culpados e
começar uma caça às bruxas, pelo contrário. Encontrar como os boatos ou
os ruídos surgiram permitirá que a organização reavalie seu sistema de
comunicação interna e trabalhe os pontos considerados fracos.
10 - Informar sempre. Não se deve esperar que as
especulações se formem, mas sim antecipar as informações que os
colaboradores precisam receber para terem segurança de que atuam em um
ambiente organizacional sério e que atenda às suas expectativas.
Comunicação não deve ser lembrada apenas quanto a "panela esquenta", mas
ser um processo contínuo.
FONTE: http://www.rh.com.br
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