Atenção, bacharéis em Direito e profissionais
com longa experiência em atividades cartoriais: estão abertas as
inscrições para o esperado concurso que selecionará 1.383 delegatários
para administrar os cartórios extrajudiciais da Bahia, com reserva de 5%
para deficientes físicos.
A
Bahia é o último estado do país a privatizar os cartórios e realizar o
concurso para delegatário. A privatização é resultado da Lei Estadual nº
12.352, sancionada pelo governador Jaques Wagner em setembro de 2011, e
é um reflexo da Constituição de 1988.
O
modelo de privatização dos cartórios baianos é questionado no Supremo
Tribunal Federal (STF). Uma Ação Direta de Inconstitucionalidade
questiona a possibilidade de escolha para os servidores públicos
titulares dos cartórios de permanecerem nos quadros do Tribunal de
Justiça da Bahia.
A demora
no lançamento do edital, se deveu a um entendimento do Tribunal de
Justiça da Bahia (TJ-BA), para quem a ação de inconstitucionalidade
impedia a realização de concurso público para preencher a as vagas de
titulares dos 1.350 cartórios que ainda não foram privatizados.
Entendimento diferente de outros segmentos, como a OAB, que consideravam
que não havia impedimento para a realização do mesmo.
Dificuldade
Lançada
por meio de edital publicado no dia 18 de julho pelo Tribunal de
Justiça da Bahia (TJ-BA), a seleção para os delegatários que irão
administrar os cartórios extrajudiciais do estado é considerada um dos
concursos públicos mais difíceis por especialistas da área, e deverá ter
cerca de 50 mil candidatos, segundo previsão do TJ.
“Concursos
como esse, que já foram realizados em outros estados, costumam ser os
mais difíceis e os mais disputados da atualidade, pelo nível das pessoas
que prestam”, considerou o professor Flávio Tartuce, doutor em Direito
Civil pela USP e professor do Juspódivm. “Como a atuação é nobre e a
remuneração é considerável, há muitos juízes aposentados, juízes em
exercício, professores e pessoas com formação acadêmica avançada
interessados em fazer esse concurso”.
Para
ele, a prova demanda conhecimento vasto e profundo em áreas como
Direito Civil e conhecimentos específicos sobre as atividades
cartoriais.
Os cartórios
extrajudiciais estão divididos em duas modalidades: uma de caráter
notarial, cuja atribuição é oficializar documentações e assinaturas
perante a Justiça; e a outra de registro civil, responsável por emitir
certidões de nascimento, casamento e óbito, por exemplo.
Além
de escolher o tipo de cartório, os candidatos à função de delegatário
devem especificar se pretendem concorrer à outorga por provimento ou
remoção.
O provimento é
destinado à ocupação de vagas por novos candidatos, enquanto a remoção é
destinada a profissionais que já trabalham em cartórios mas desejam
mudar para unidades melhores e mais rentáveis.
O
concurso de provimento é aberto a bacharéis em Direito há pelo menos
três anos desde a data de publicação do edital, ou a pessoas que tenham
completado dez anos de serviço notarial e registral. Já o concurso de
remoção é destinado a quem já exercia atividade notarial ou registral
por mais de dois anos.
O
concurso será realizado em cinco etapas, com caráter eliminatório e
classificatório. Serão aprovados os candidatos que passarem por todas
elas. A nota final será a média ponderada das notas das provas e
títulos.
Provas
A
primeira etapa terá uma prova objetiva, com 100 questões de múltipla
escolha, e está prevista para ocorrer em 20 de outubro. A prova irá
medir a capacidade de avaliação, interpretação e raciocínio dos
candidatos, além de conhecimentos gerais, específicos e de língua
portuguesa.
A segunda fase
terá duas questões discursivas: uma para elaboração de uma dissertação e
outra de uma peça prática, a partir de tema proposto pela banca.
Os
candidatos aprovados nas duas primeiras etapas deverão apresentar, 15
dias após o resultado, a comprovação dos requisitos para outorga das
delegações, de acordo com a modalidade que escolheram.
Na
quarta etapa, os concorrentes passarão por um exame psicotécnico, por
uma entrevista pessoal, cujo objetivo é identificar a personalidade, a
saúde mental e analisar a vida pregressa.
“Nessa
fase, o candidato deve se comportar da forma o mais natural possível”,
recomenda o professor Waldir Santos, especialista em concursos.
A
prova oral, com assunto sorteado no dia da avaliação pela banca
examinadora, é a quinta e última etapa. Essa prova poderá ser feita com
consulta a textos de lei.
As datas para realização dessa etapa serão definidas em sorteio público, após divulgação de resultado das etapas anteriores.
Matéria original do Correio24h:
Concurso para cartórios tem 1,3 mil vagas na Bahia
Concurso para cartórios tem 1,3 mil vagas na Bahia
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